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Home Opinião

‘O Mal Não Existe’ traz conflito entre natureza e capitalismo

Cineasta japonês Ryûsuke Hamaguchi dá sequência ao seu filme vencedor do Oscar por Drive My Car com um claro drama reflexivo que atinge nossa mente

Leonardo Minhotti por Leonardo Minhotti
26/09/2024 - 16:00
em Opinião
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Quando um empreendedor endinheirado tenta comprar um terreno cuja importância ecológica é importante para sobrevivência da terra e dos moradores que residem em volta, notamos aqui o ponto central de O Mal Não Existe, novo filme de Ryûsuke Hamaguchi e o primeiro após seu Drive My Car, vencedor do Oscar de melhor filme internacional, conquistar o mundo. Para o cineasta japonês, marca uma nova fase de sua carreira e o responsável por outras narrativas longas existentes, como Happy Hour (2015), Asako I & II (2018) e Roda do Destino (2021), está mais introspectivo do que nunca aqui, quando uma reflexão é soltada no ar para que todos pensemos sobre a responsabilidade do ser humano em relação ao meio-ambiente.

“Você não pode começar na frente se almeja a perfeição”, reflete um empreendedor endinheirado e sem noção durante um bate-papo por vídeo com seus dois subordinados em choque. No contexto desta conversa real, o sentimento é ainda mais insano do que parece à primeira vista. O título deste filme parece uma declaração definitiva, mas, no fim das contas, não é algo que o filme em si realmente resolva. Em suas cenas de abertura, no entanto, ele propõe uma forma quase edênica de vida rural. Esta proposta é interessante, mas não é a primeira vez que vemos isso no cinema. Ainda assim, este tipo de premissa permite observarmos os personagens existentes dentro do filme, cada um com sua vida e propósito.

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A tomada de abertura, que se estende por um bom tempo, é fundamental. O ponto de vista é apresentado visualmente através da câmera, que está colocada do chão, apontado para o céu, para os galhos nus das árvores de uma floresta e o céu claro acima deles. É uma tomada em movimento. Também, de uma forma poética de analisar, podemos apontar o estilo da cena filmada, como uma visão de pesadelo de seu protagonista, como basicamente pode ser visto do ponto de vista de uma pessoa em um caixão, se a pessoa estivesse viva e o caixão tivesse uma janela. Hamaguchi está filosofando através da câmera, e a forma como ela se move entre a floresta é elegante, lenta e preparada a tirar você de qualquer tentativa de descobrir da forma mais rápida. Portanto, desconecte-se da realidade.

A bela e inquietante visão corta para uma visão do feliz e produtivo Takumi (Hitoshi Omika), um viúvo com uma jovem filha animada e inteligente. Do lado de fora de sua pequena e aconchegante casa, ele está cortando lenha, e ele é muito bom nisso. Ele tem duas fortes reservas de combustível para lareira em pilhas ordenadas. Seus arredores são arrebatadores, e sua saúde é robusta — mais tarde veremos que ele, como muitos de seus compatriotas, é um fumante. Ele é quieto e trabalha arduamente, mas também tranquilamente em seu manuseio, que chega a ser serenamente terapêutico, principalmente se você está parado assistindo este zelador pacato.

Coletando água de um riacho próximo, ele fala com um vizinho. Eles são moradores de uma pequena e rural vila fora de Tóquio, um lugar quase completamente intocado. Enquanto olham ao redor das margens do riacho, Takumi, um sábio da natureza, encontra um pouco de wasabi selvagem. Ele vai pegá-lo para levar a um restaurante local, onde ele dará sabor a uma refeição que ele compartilha com dois visitantes. Como percebemos aqui, há um senso de coletividade nesta comunidade que, sinceramente não estou acostumado a ver. Hamaguchi quer — e anseia — que o espectador assista este modelo de comunidade, onde todos estão sabendo da realidade de onde residem, e o seu zelo pela natureza, pelas florestas e pelos cervos que aparecem de vez em quando. Isso é um contraste forte com a nossa realidade ao residir em cidade grande, quando parece que tudo corre em ritmo acelerado, como se o tempo escapasse por entre os dedos e a vida exigisse respostas imediatas.

Takumi é um pouco distraído, e ele se preocupa que pode se atrasar quando ele se lembra que tem que pegar Hana na escola. Quando ele chega lá, somos brindados com outra tomada incomum e sedutora: as crianças pequenas pontilham o pequeno estacionamento como se estivessem congeladas, e a câmera executa um lento dolly lateral enquanto Takumi lentamente entra. Acontece que eles estão apenas brincando de um jogo de luz vermelha/luz verde, mas a visão inicial é de algo sobrenaturalmente poético. E tão poético quanto usar seus personagens para transmitir uma mensagem, é pela habilidade visual que Hamaguchi sempre coloca essas pessoas comuns no centro da câmera tão distanciada, de forma a ser engolido pelo verde da floresta e das matas orientais.

O Mão Não Existe é diferente, começando como um estudo de personagem dentro de uma parábola ecológica e se transforma gradativamente em um pesadelo enigmático. É através desse estudo de personagem que o filme se desenrola com um ritmo lento, e pouco a pouco vai elevando sua velocidade para uma história que vai deixá-lo. O paraíso da vila de Takumi é agitado pelo empresário mencionado acima, que comprou um pedaço de terra na vila onde quer erguer um resort de “glamping” — e fazê-lo barato. Seus subordinados, Takahashi (Ryuji Kosaka) e Mayuzumi (Ayaka Shibutani) realizam uma reunião de extensão com os moradores, onde são, no que pode ser considerado uma tradição japonesa, educadamente engolidos vivos pelas objeções ecológicas e de impacto comunitário completamente corretas e bem informadas dos moradores.

O chefe deles, um corporativo comicamente astuto interpretado por Yoshinori Miyata, propõe à dupla que eles tentem cooptar Takumi. Mas a confiança silenciosa de Takumi convenceu a dupla de que eles estão do lado errado, com emprego ou não. Em uma cena muito engraçada, Takahashi pede para dividir alguns dos troncos de Takumi e, quando ele finalmente “pega”, praticamente se proclama um novo homem. Mas esse tom não é onde o filme vai se estabelecer. Acontece que, e essa é apenas uma interpretação possível, a própria ideia de perturbar o equilíbrio da natureza colocou a própria natureza contra os empresários e os moradores. Isso leva a um final que é ao mesmo tempo um quebra-cabeça e um soco no estômago. A arte, no entanto, permite a Hamaguchi que ele se aproprie das câmeras para contar uma história profunda que envolve um conflito invisível entre a natureza e o capitalismo.

Leonardo Minhotti

Leonardo Minhotti

Crítico de Cinema, Jornalista.

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