Depressão; estresse, ansiedade e Síndrome de Burnout (síndrome do total esgotamento físico e mental) são as doenças mentais mais recorrentes nos ambientes corporativos. Condições físicas inadequadas no local de trabalho, sobrecarga, pressão; relacionamentos ruins, seja com chefe ou com colegas; cobranças excessivas e metas inatingíveis são algumas das principais causas do adoecimento no mundo profissional. “Pode-se dizer que a falta de qualidade de vida e a forma como as emoções são administradas influenciam no desempenho dos colaboradores e podem gerar o afastamento de um profissional”, destaca a psicóloga e docente do Senac Gravataí, Fernanda Cônsul.
A especialista explica que o tipo de trabalho (home office ou presencial) necessariamente não é o que irá determinar a saúde mental do indivíduo. “E sim a forma como essas atividades são estabelecidas, quais recursos os colaboradores possuem, que ambiente estão inseridos e qual ramos de atividade atuam”, lembra Fernanda.
Assim como o estresse foi causado, em grande parte da população, pela necessidade de adaptação ao home office, a psicóloga explica que agora ele reaparece devido a uma readaptação ao modelo presencial. “O importante é que as pessoas e as empresas percebam suas necessidades e decidam qual modelo é mais adequado, primando sempre pelo desenvolvimento saudável, que busque o equilíbrio entre produtividade e bem-estar”, aconselha.
Ambiente de trabalho saudável: investimento para empresas e colaboradores
As doenças mentais podem ser evitadas? Ou amenizadas? O que a empresa e os colaboradores podem fazer para prevenir? A especialista reforça quão importante é cuidar da qualidade de vida, não só no ambiente de trabalho, como nas relações que estabelecemos diariamente. “É recomendável que as organizações invistam em um ambiente de trabalho saudável para todos, promovam espaços de escuta, ações de autoconhecimento e valorização a vida e incentivem a interação entre as equipes. Além de fornecer equipamentos e estrutura adequada, oferecer treinamento e capacitação, incentivando os cuidados preventivos”, indica a psicóloga. Evitando o adoecimento do colaborador, o empregador diminui a evasão e aumenta a produtividade da equipe.
A psicóloga afirma que é necessário trabalhar as melhores maneiras de lidar com as emoções e também buscar alternativas que promovam mais qualidade de vida. Confira:
- Adotar uma rotina de organização e relaxamento pela manhã;
- Expressar seus sentimentos;
- Desenvolver a resiliência;
- Confiar na sua capacidade e competência;
- Fazer pausas durante o dia;
- Respeitar seus limites;
- Cuidar da sua saúde fora do trabalho;
Burnout
Para finalizar, Fernanda recorda que, em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o Burnout na 11º Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) como um fenômeno ocupacional, não sendo classificado como uma condição médica. “Ou seja, a definição dada pela OMS analisa a síndrome como resultado do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso. Pelo fato do Brasil ser o segundo país com mais casos de Burnout, é de suma importância trazer informações e esclarecimentos sobre o assunto, para que assim, as pessoas possam identificar sinais e sintomas buscando a prevenção e quando necessário o auxílio adequado”, enfatiza a psicóloga.