“Estamos diante de uma ameaça de retrocesso da política ambiental na bacia do Gravataí, em qualquer explicação lógica ou que se refira aos interesses públicos. A sociedade discutiu e definiu em junho exatamente quais serão as determinações para os usos econômicos na maior APA do Estado, e o Estado até agora não oficializou”, critica o presidente do Comitê Gravatahy, Sérgio Cardoso. Ele reforça que, sem uma portaria por parte da SEMAI, abre-se um caminho para a judicialização, por parte do Ministério Público, para responsabilizar gestores públicos que não cumprirem as medidas de proteção na área de proteção.
A APA do Banhado Grande tem 136,9 mil hectares e ocupa 66% da área da Bacia Hidrográfica do Gravataí. É a maior APA do Rio Grande do Sul, guardando, entre quatro municípios, , os conjuntos remanescentes de banhados Grande, Chico Lomã e dos Pachecos (onde fica o refúgio de vida silvestre), a Coxilha das Lombas e as nascentes do Rio Gravataí. A unidade de conservação foi criada em 1998, e desde então, tinha estabelecida como uma necessidade para sua concretização a elaboração do Plano de Manejo.
Só em 2014 os primeiros estudos foram contratados, e não avançaram. Finalmente, em 2018 o processo evoluiu. Depois de três anos de levantamentos de campo e organização da legislação e dos estudos referentes à região dos banhados, em janeiro deste ano, a câmara técnica ajustou o plano, e em junho, os últimos itens do plano foram votados e aprovados pelo conselho gestor. Desde então, o documento, que é uma espécie de constituição da APA do Banhado Grande, está pronto e aguardando pela publicação da portaria que o oficializará para que seja cumprido.