A segunda edição da Feira e Congresso de Confeitaria Artesanal do RS, com foco em impulsionar a retomada, a qualificação e o fortalecimento do empreendedorismo no setor, teve seu encerramento na quarta-feira, 11 de setembro, no Centro de Eventos do ParkShopping Canoas.
O encerramento da segunda edição da ChocolaTCHÊ – Feira e Congresso de Confeitaria Artesanal do Rio Grande do Sul, realizada no Centro de Eventos do ParkShopping Canoas, foi de muita informação e troca de conhecimento entre palestrantes e público. Na tarde da quarta-feira, 11 de setembro, um painel e duas palestras prenderam a atenção da plateia. Com o tema “O sucesso não acontece sem superar barreiras”, a primeira conferência da tarde teve como integrantes a proprietária da Consuela’s Brownies, Bibiana Loureiro, a CEO da Bruna Trufas, Bruna Longaray e a gerente comercial e de marketing do Shopping Total, Silvia Rachewsky.
Na maratona do dia a dia são inúmeras as barreiras encontradas por quem empreende. Esta é uma das muitas constatações, tanto da Bibiana como da Bruna, feitas durante o painel. Bibiana, que está à frente da Consuela’s Brownies há 11 anos, enfrentou muitos desafios neste período, desde a sociedade desfeita em 2018, além da pandemia da Covid e, claro, as enchentes de maio deste ano. “Em 2018 desfiz a sociedade e fiquei sozinha. Uma das grandes barreiras para empreender é a solidão. Agora, com as enchentes, achávamos que a água não ia chegar, mas chegou e tivemos que fechar a cozinha. Foi uma situação bem complicada. Conseguimos uma cozinha emprestada e ficamos por lá durante 45 dias”, conta. Hoje, a Consuela’s Brownies tem duas lojas e nove funcionárias.
Já Bruna viu seu negócio crescer rapidamente, tendo que se dedicar de forma tão intensa que isso trouxe consequências na sua saúde. Diagnosticada com a síndrome de Burnout, ela precisou se afastar das atividades e isso fez com que repensasse o formato do seu negócio. “Hoje, tenho 70% do faturamento que tinha antes, mas priorizo a minha família. Precisamos, primeiro, olhar para a gente. Poder dar atenção aos filhos, aliado logicamente com a confeitaria, isso é sinônimo de sucesso”, enfatiza. Atualmente Bruna possui uma equipe de três funcionários, um estagiário e o marido, que prova as receitas e dá o aval final, pois Bruna não pode experimentar as trufas por questões de saúde. “Meu propósito é empoderar pessoas e negócios e tenho como maior sonho a remissão da minha doença”, finaliza.
Na palestra seguinte, a culinarista, influenciadora e professora em confeitaria e panificação, Ana Carolina Couto, conhecida como Ana Formiga, falou sobre “Produto e experiência: como provocar sentidos e sabores”. É muito importante fazer vídeos antes e depois do produto finalizado. Você tem que mostrar o recheio do bolo, explorar a imagem, despertar a vontade no cliente de comer”, ensina. A culinarista destaca a importância em agregar valor aos produtos e automatizar o processo de produção. “Mostre os bastidores da produção, apresente o produto que você está usando, isso é muito importante. Não faça os brigadeiros, por exemplo, de forma artesanal. Utilizar uma panela mexedora é fundamental no processo de produção”, orienta. Ana finalizou sua palestra afirmando ser importante nos adaptarmos às mudanças e sermos resilientes.
Na sequência, o chef Luiz Farias falou sobre panificação e confeitaria. Ele explicou sobre os processos e os tipos de pães mais consumidos no Brasil e as bases, recheios e coberturas dos bolos. “Os pães são divididos em crocantes (até 2% de açúcar e margarina), suaves (entre 4% e 10%) e doces (entre 10% e 25%)”, explica. Farias destaca que, nos últimos dez anos, a panificação vem evoluindo muito no Brasil e cita os tipos de pães mais vendidos no país. “O croissant, a baguete, pães com recheio de chocolate, com fermentação natural e o brioche estão entre os mais comercializados no Brasil, além dos pães portugueses, australianos e da focaccia”. Sobre confeitaria, Farias lembrou do processo da base, recheios e coberturas dos bolos, porém, ressaltou a importância em ter um toque personalizado do profissional, o que faz toda a diferença no resultado final do produto.
Na palestra de encerramento, a jornalista, confeiteira e caçadora de tendências Tábata Romero, falou sobre “Ontem virou hoje e o hoje já é passado”. Tábata salientou a importância em aprender a dominar o medo. “O medo nos impede de fazer muitas coisas, devemos aprender a lidar com ele, a dominá-lo”. Ela diz isso por experiência própria, pois contou que, muitos anos atrás, resolveu enfrentar o medo. “Eu precisava vender meus brigadeiros, mas era muito tímida, então mentalizei uma cena que estava na av. Paulista vendendo meus brigadeiros. Fui lá e vendi 200 doces em apenas 2 horas”, conta. Além desta dica, Tábata também lembrou da importância em direcionar a produção para datas comemorativas como o dia das crianças, halloween, black friday e Natal e ressaltou importantes pontos a serem executados para que traga excelentes resultados nos negócios. “Exaltar o seu trabalho, suas conquistas, divulgar de forma absurda, ser consistente, inovar e ser ou parecer ser cara de pau facilitam a chegada ao sucesso”, sugere.
Sobre o Instituto Sul Doce
O Instituto Sul Doce é o braço educacional nas áreas da confeitaria, gastronomia e panificação da Sul Doce Atacado & Varejo, que possui 44 anos de mercado. Para fortalecer o segmento de confeitaria e proporcionar qualificação aos profissionais da área, a Sul Doce Atacado & Varejo criou o Instituto Sul Doce, considerado o primeiro centro de capacitação na Zona Sul de Porto Alegre. Com cursos livres e rápidos, o objetivo é fomentar o empreendedorismo artesanal e familiar, impulsionando a economia local e a atuação profissional, valorizando o chef culinarista gaúcho e o protagonismo de professores, técnicos e especialistas do Rio Grande do Sul. A partir de 2023, o Instituto Sul Doce também lançou e promove a ChocolaTCHÊ – Feira e Congresso de Confeitaria Artesanal do Rio Grande do Sul. Para saber mais acesse www.institutosuldoce.com.br ou acompanhe nas redes sociais: @institutosuldoce e @chocolatcheoficial.