Com onze estados e o Distrito Federal enfrentando intensas queimadas, profissionais de saúde estão atentos para os riscos associados à inalação de fumaça. Dados divulgados pela organização suíça IQAIR, em parceria com a ONU, indicam que Porto Alegre registrou na tarde de quarta-feira (11) a sexta pior qualidade do ar entre as capitais brasileiras. A cidade alcançou o nível de “insalubridade para grupos de risco”. Gravataí, por ser município da região metropolitana, está inserida nesse contexto. Por isso, cuidados com a saúde devem ser observados.
Informações divulgadas davam conta de que Rio Branco, no Acre, atingiu o pior nível de qualidade do ar naquele momento no Brasil, chegando 230 pontos na escala e com classificação de “muito insalubre”. Porto Alegre, estava com 138 pontos, já colocando em sinal de alerta para as pessoas mais vulneráveis. Nesse caso, a exposição à fuligem traz complicações, principalmente para crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias pré-existentes, como asma e alergias.
No entanto, não só os grupos de risco, mas também qualquer pessoa pode sentir os efeitos da inalação desse material. “A fuligem proveniente dos incêndios contém partículas finas que penetram profundamente no sistema respiratório, exacerbando condições como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). A aspiração desse conteúdo pode causar tosse, falta de ar e dor no peito, além de aumentar o risco de infecções respiratórias”, alerta o pneumologista e diretor médico do Hospital Dom João Becker, Fernando Issa. Segundo ele, a irritação nas vias aéreas pode provocar inflamação e broncoespasmo. Com isso, o paciente apresenta sintomas como tosse, sibilos (chiado no peito) e falta de ar.
O QUE FAZER NESSE MOMENTO?
Segundo o pneumologista, torna-se fundamental ficar atento aos sinais do organismo. “No atual cenário é importante acompanhar um possível agravamento da doença respiratória de base e adotar algumas providências”, ressalta Issa. Segundo ele, se faz necessário buscar emergência médica quando, em uma crise respiratória, o paciente experimentar sintomas como respiração rápida e superficial, lábios e unhas azulados, sensação de ansiedade ou pânico, tosse incontrolável e incapacidade de falar frases completas.
PROTEJA-SE
• Evite atividades físicas ao ar livre durante períodos de alta poluição
• Crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias devem ficar ainda mais protegidos
• Em condições mais extremas, use máscaras de proteção
• Saia de casa o mínimo possível durante o período de poluição do ar
• A fumaça resseca as vias aéreas, por isso é muito importante manter a hidratação ingerindo bastante água.
(orientações: Dr. Fernando Issa – pneumologista e diretor médico do HDJB)