No último domingo, Dia das Mães, milhares e milhares de filhos e filhas não puderam abraçar as suas Mães. Beijos, afagos, encontros e presentes foram entregues de forma virtual. Comigo, e com muitos amigos não foi diferente! Em meio a Pandemia que tanto nos afasta, creio que há espaço para a reflexão do momento que estamos vivendo. Muitas vezes não tivemos o tempo que gostaríamos de ter com nossas mães. Várias vezes nossas mães não nos deram aquilo que a gente gostaria. Inúmeras vezes nossas mães tiveram que dar atenção aos nossos irmãos, aos nossos pais, à nossa casa, ao trabalho ou às outras pessoas de nossas famílias. Mesmo assim, não deixamos de amar nossas mães!
Cuidar de uma cidade é muito semelhante às escolhas que as mães têm que fazer nas suas vidas. Na nossa infância, naquele dia que gostaríamos de ter ganhado um colo da mãe, mas que ela não conseguiu dar por que estava cuidando da nossa irmã que estava com febre, é como a vez que vimos uma rua ser asfaltada em outro bairro e não no nosso.
Quando reclamamos que não conseguimos aprender alguma coisa da escola e nossa mãe não foi capaz de nos ajudar, não foi por não querer, foi por não dar conta. E se a sala de aula da escola do nosso bairro não está como gente queria, não é por que a direção, a secretaria ou o governo não quer, e sim por que não foi possível fazer mais ou melhor. Se pedimos para nossa mãe fazer aquele doce gostoso que só ela sabia fazer e ela não fez, certamente ela teve seus motivos. Faltou tempo, faltou algum ingrediente, não tinha onde ou como fazer, ou então, ela simplesmente entendeu que essa não era a prioridade da família. Lembre-se, se algum serviço deixou de ser entregue na sua rua ou no seu bairro, em algum outro ponto da cidade alguma obra foi feita, uma rua foi limpa, uma lâmpada foi trocada ou algum servidor está trabalhando para melhorar a vida de alguma comunidade.
“Neste ano, a prioridade da cidade, que também é um pouco Mãe, é cuidar da saúde dos filhos doentes, é economizar o dinheiro da festa para comprar os remédios que forem necessários, é estar preparada para atender o irmão e a irmã que está mais frágil ou mais carente, é pensar na família, e não nela.”
Quando uma Mãe tem que fazer uma escolha, ela sempre opta por aquilo que atende a maioria da família. A comida que todos gostam, a música que todos cantam, o passeio que todos irão se divertir ou o filme que reúne toda família defronte à TV. Muitas vezes, quando uma mãe faz alguma destas escolhas, ela faz mesmo que esta não seja a que mais agrade a ela. Nestas horas, ser Mãe é gratificante! Pois, mesmo sabendo que um dos filhos está comendo aquela comida meio contrariado, mesmo notando que a música não está agradando a um ou outro, mesmo tendo certeza que o passeio ou o filme não é uma unanimidade, ela conseguiu passar os valores que mais importam para uma mãe, “Amar e Cuidar de toda a Família!”
Neste ano, no aniversário de nossa cidade não teremos festas, não teremos música ao vivo, não vai ter aglomeração para ver um show, não iremos nos encontrar com amigos em alguma de nossas praças, não vai ter abraços ou comidinha gostosa para a gente saborear. Neste ano, a prioridade da cidade, que também é um pouco Mãe, é cuidar da saúde dos filhos doentes, é economizar o dinheiro da festa para comprar os remédios que forem necessários, é estar preparada para atender o irmão e a irmã que está mais frágil ou mais carente, é pensar na família, e não nela. Afinal de contas, toda mãe sabe, “Cuidar de Todos, Muda Tudo!”
Miki Breier
Prefeito de Cachoeirinha