Atendimento ao público

Por Sandra Ferreira

“Se eu lhe disser o tempo que está demorando e a senhora chegar aqui e levar mais tempo para ser atendida, a senhora vai me xingar”, essa foi a resposta da atendente do outro lado do telefone.

Eu trabalhei mais de catorze anos no atendimento direto a cliente em diversos segmentos, eu sei como é. Trabalhei alguns anos numa grande loja varejista de calçados de público baixo a médio,  no centro de Porto Alegre e eu me apoiava num joelho para vestir o calçado no pé do cliente: você faz ideia do jeito que os pés estavam? Além disso eu gerenciei equipes em algumas dessas empresas e sei como é.

Você está ali dando o seu melhor para receber um salário que muitas vezes você acha injusto comparado ao tempo que passa ali e o valor (refiro-me a dinheiro mesmo) que entrega a empresa e ainda é xingado injustamente, porque afinal, você não tem culpa dos processos da empresa serem assim, ou do cliente estar com problemas. Até porque você também tem os seus e ninguém está nem aí para isso, não é mesmo?

“Prestatenção”: se tu não estás preparado para levar um tiro, não se ofereça para a guerra!

Não que eu veja o trabalho de atendimento ao público como algo pesado, mas a guerra é uma metáfora para você entender que se você não está preparado para ser xingado injustamente algumas vezes, não vá para o atendimento! Só se ofereça para a guerra quando você estiver forte; só vá para o atendimento quando seu emocional estiver forte!

Eu não estou dizendo que você deva receber desaforos e manter o sorriso, mas atente:

Você estará ali para servir. Sirva com amor.

As pessoas estão te procurando para solucionar um problema dela. “Mas e os meus, Sandra?” Você precisa ter gestão emocional para estar em campo. Não há outra opção.

Agradeci a atenção da atendente e desejei que ela fizesse um bom turno de trabalho. Eu estava com 39° de febre, muita dor e a ligação era para ter uma noção de quanto tempo levaria minha espera para o atendimento médico.