Prefeitura de Gravataí adere à recomendação da OMS sobre diminuição do uso de telas para crianças de 0 a 6 anos

Com o objetivo de garantir um desenvolvimento cognitivo, emocional e físico saudável para os alunos da rede de educação infantil, a Prefeitura de Gravataí, por meio da Secretaria de Educação (Smed), aderiu às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) com relação à diminuição do uso de telas para crianças de 0 a 6 anos.

Dentre os prejuízos da exposição precoce estão atraso no desenvolvimento cognitivo, na linguagem, atrasos sociais e descontrole emocional, além de comportamentos agressivos, alterações sociais e de sono, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria. Segundo a OMS, para crianças menores de dois anos, a exposição de telas deve ser de restrição total, seja de smartphones, tablets, televisão ou telas eletrônicas.

Para a SBP “as interações sociais com os cuidadores são muito mais eficazes e estimulantes para o desenvolvimento da linguagem, da inteligência, da interação social e das habilidades motoras, além de proporcionar momentos de aprendizagem global, capacidade de resolução de problemas e habilidade de controle emocional, tornando a criança um adulto mais saudável e resiliente”. As informações fazem parte do “Manual de Orientação –  Uso saudável de telas, tecnologias e mídias nas creches, berçários e escolas”.

O mesmo Manual também aponta que, entre dois anos completos e cinco anos, a recomendação é que a criança tenha exposição máxima de 1h por dia, somando todos os períodos de exposição. A partir dos cinco anos, o recomendável é de até 2 horas, mas com acesso monitorado e com conteúdo permitido para cada faixa etária.

Entre a idade de 2 anos completos e 5 anos a recomendação é de 1 hora por dia ao todo, ou seja, somando-se o período diário que a criança permanece na TV, celular, tablets e videogames.

Acima dessa idade é recomendável o tempo até 2 horas. O acesso deve ser monitorado e permitido apenas ao que é liberado para cada idade, respeitando-se a classificação indicativa, além de evitar conteúdos de violência, sexual, de comportamentos inadequados.

Dessa forma, a secretária da Educação Aurelise Braun explica que a decisão da retirada das lousas digitais da Escolas de Educação Infantil (Emeis) segue diretrizes sérias, cientificamente comprovadas e que levam em consideração o desenvolvimento dos estudantes do município.

“Na escola oferecemos outras oportunidades de experiências às crianças nesta faixa etária, como traz nossa Base Nacional Curricular. Promovemos brincadeiras ao ar livre, exploração de materiais, proporcionando o desenvolvimento integral da criança e a convivência com os outros colegas”, afirma.

De acordo com a chefe do Setor de Educação Infantil da Smed, Mariclei Martins, o desenvolvimento da criança de 0 a 6 anos não deve ser negligenciado, por isso novas metodologias sempre são buscadas para melhorar a qualidade do ensino.

“As pesquisas científicas e orientações dos órgão competentes corroboram as nossas decisões,  afirmando que a exposição a telas digitais deve ser evitada e controlada até os seis anos de idade. A responsabilidade é nossa, dos profissionais da educação infantil, de ofertar tudo isso por meio da interação professor e criança e não transferir responsabilidades. O setor de educação infantil da Smed está à disposição dos professores para auxiliar no trabalho pedagógico”, explica Mariclei.

Lousas redistribuídas

A adoção da nova metodologia possibilitou a realocação de 24 lousas digitais. Os equipamentos foram encaminhados para cinco Escolas de Ensino Fundamental (Emefs), onde serão utilizadas por alunos de idades mais avançadas, que podem ter uma maior exposição a telas.

Os professores das Emefs Paulo Freire, Presidente Getúlio Vargas, Princesa Isabel, Rosa Maria e Vera Cruz agora poderão aprimorar o seu trabalho, seguindo a Base Nacional Curricular e com as ferramentas necessárias.

“Entendemos que esta mudança pode gerar um estranhamento, mas nosso trabalho, nossas decisões, são pautadas por estudos e por um trabalho sério, que leva em consideração o que é melhor para as crianças e para os professores”, destaca Aurelise.

A secretária também lembra que as escolas estão, novamente, podendo trabalhar com autonomia e com um diálogo aberto e transparente com a Smed. Isto possibilita mais tranquilidade na hora de tomar decisões e também demonstra o comprometimento da Prefeitura com a área da Educação.