O momento atual está sendo complicado para muitos. A quarentena tem mexido com o psicológico e a vida da maioria das pessoas. Tudo isso é reflexo do avanço da Covid-19. Mariana Ramos Vieira, 18 anos, foi uma das pessoas que abriu os olhos para isso. Aluna do curso de Técnico em Enfermagem no Senac Gravataí, viu na solidariedade algo gratificante mesmo antes da pandemia. “Há cerca de um ano, um trabalho de escola exigia que fizéssemos uma ação social. Minhas colegas e eu escolhemos trabalhar com idosos”, afirma.
As visitas frequentes ao Lar para Idosos Nossa Senhora Medianeira sempre foram cheias de presentes e doações. Com a pandemia, a necessidade de novas doações cresceu e foi então que Mariana se organizou novamente com os amigos do curso Técnico em Enfermagem para trazer um pouco de alegria para os idosos. Foram arrecadados no total 76 kg de alimentos, 10 kg de frutas, 176 litros de leite, 30 pacotes de fraldas geriátricas, 101 itens de higiene pessoal, 76 rolos de papel higiênico e 42 itens de limpeza.
“A experiência foi muito boa desde o primeiro dia. Criamos um carinho muito grande pelos idosos. Sempre os visitávamos no período da tarde, jogávamos bingo, conversávamos com eles”, conta Mariana. Entre as maiores dificuldades que a pandemia trouxe, os problemas financeiros estão bem presentes. Mesmo assim, não foi impediu a ajuda nas doações. “Não imaginei que eu teria um retorno tão grande justamente por causa da pandemia, mas foi melhor do que eu imaginava”, explica a aluna do Senac Gravataí.
Em um momento em que o número de violação contra os direitos dos idosos tem aumentado, ver a solidariedade com aqueles que mais precisam é ainda mais especial. Segundo o Secretário Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, Antonio Carlos, em março foram três mil denúncias de maus-tratos contra a terceira idade. Em abril foram 8 mil e em junho 17 mil. Para Mariana, “é extremamente gratificante poder ajudar quem precisa, ainda mais quando a gente ajuda quem amamos”. Para ela, em alguns momentos, foi um pouco frustrante, pois no início não recebia muita ajuda. Porém, a jovem que sonha em ser uma futura cuidadora de idosos não desistiu. “Dei o meu melhor e incomodei as pessoas mesmo, até ter o resultado que eu queria, que era fazer alguma coisa durante a pandemia que ajudasse os idosos”.
Para docente do curso Técnico em Enfermagem do Senac Gravataí, Angela Carla Pothin, uma das maiores alegrias de um professor é ver o desenvolvimento do aluno não só na técnica da futura profissão, mas também como pessoa. “O sentimento é de orgulho em ser professora desses jovens altruístas. Quando o aluno se sensibiliza e promove uma ação social como esta, em especial em um período como o que vivemos onde tudo é muito difícil, e o resultado é tão positivo”, completa.
