A Prefeitura de São Leopoldo apresentou o projeto preliminar de desassoreamento do Rio dos Sinos, visando dar manutenção ao sistema de contenção de cheias, em audiência pública promovida pela Câmara de Vereadores, tendo como proponente o vereador Daniel Daudt, líder do governo. O evento ocorreu nesta quinta-feira, 27 de fevereiro, no plenário da casa legislativa e reuniu vereadores, representantes de secretarias municipais, representantes dos Grupos de Trabalhos Pró-diques, Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, Associação Roessler, representantes de prefeituras da região, entre outros.
A secretária do Meio Ambiente, Cláudia Costa, falou sobre o projeto e as ações que vêm sendo planejadas e realizadas. “São Leopoldo será pioneiro, pois seremos o primeiro município a fazer o desassoreamento após a enchente de 2024. Além do Grupo de Trabalho (GT) interno onde debatemos estratégias para a melhoria do nosso sistema de contenção de cheias, constituímos também um GT junto ao Governo do Estado para que possamos utilizar os recursos estaduais disponíveis”, destacou. Os grupos de trabalho da Prefeitura envolvem as seguintes secretarias municipais: Meio Ambiente (Semmam), de Obras e Viação (Semov), Mobilidade e Serviços Urbanos (Semurb), Compras e Licitações, Habitação, e o Serviços Municipal de Água e Esgotos (Semae).
O vereador Daniel Daudt destacou o protagonismo da Câmara de Vereadores de trazer o debate para o Legislativo, unindo a comunidade, o Legislativo e o Executivo. “O Executivo foi um parceiro, porque criou um comitê que vai trabalhar junto conosco para executar obras, planejar obras”, afirmou. Daudt ressaltou que o desassoreamento é uma ponta de um iceberg de uma série de ações que serão necessárias para o sistema de contenção de cheias, como a dragagem de arroios, limpeza de bocas-de-lobo, modernização de casas de bombas, modificação de altura de painéis elétricos, por exemplo. “O poder legislativo se propôs hoje a estar fiscalizando, acompanhando e criando este canal entre o poder público, leia-se o prefeito Heliomar, que está muito preocupado com esta situação, assim como toda a cidade, e a comunidade”, declarou. Na audiência ficou definido um encontro mensal com representantes da Câmara e do GT da Prefeitura e comunidade para acompanhamento das ações.
O gerente da empresa ABG Engenharia e Meio Ambiente contratada pela Semmam, Marcos Daruy, expôs a área definida, que foi especificada como um trecho critico, localizado no Centro da cidade, que vai das proximidades da ponte da BR 116 e da ponte da avenida Mauá. O projeto preliminar também é composto pelos objetivos e intervenções, que irão embasar o projeto definitivo do desassoreamento.
O diretor de Obras, engenheiro da Semov, Nilson Karam, alertou sobre a importância dos municípios instituírem leis e incentivarem a criação das bacias de retenção de água, a exemplo do que já vem sendo em São Leopoldo, que criou a lei 8.665, atualizada em 2017.
A audiência contou ainda com as explanações do diretor de Contenção de Cheias da Secretaria Geral de Governo, geólogo Antônio Geske, e do professor aposentado da Unisinos, Uwe Schulz. Vereadores também manifestaram ações, sugestões e observações para o planejamento do município. A audiência abriu espaço para o público em que representantes de organizações sociais e governamentais expuseram questionamentos e situações referentes à prevenção das enchentes.
Cláudia Costa explicou que ações prévias já iniciaram com levantamentos de imagens e coleta e análise de amostras de sedimento, entre outros trabalhos. Nos próximos dias, sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Obras, começa a retirada da vegetação que cresceu sobre os sedimentos depositados no fundo do rio. A secretária ressaltou que São Leopoldo está trabalhando em conjunto com Governo do Estado, que é o responsável pela gestão integrada do programa Desassorear RS junto aos municípios.