A Comunicação – Podemos e devemos mudar?

*Por Lawrence Perufo de Avila, docente do Senac Gravataí

A palavra conhecimento tem uma grande amplitude e, parece, ao observarmos com atenção, constatando a realidade histórica, as pessoas até 40 anos atrás, pouco estudavam formalmente em Escolas, mas se alfabetizadas fossem e, por conseguinte a leitura fizesse parte de seu dia a dia, sua desenvoltura em entender, interpretar os acontecimentos, e se expressar era até mesmo, impressionante. A liderança, a “ordem” era aplicada de forma vertical. O Pai mandava e só ele tinha razão. Com alguns professores era assim também.

Com a reforma do ensino, todas as demais alterações que os métodos e procedimentos de trabalho em Escolas, foram acontecendo, na maioria das vezes, na verdade não resultaram nos objetivos almejados. Um número infinitamente maior de pessoas passam pela Escola, mas, analfabetos funcionais, é o mesmo que “ter estudo”? . Certamente as mudanças, que as famílias em geral adotaram, muitas vezes sem perceber e , em outras tantas, confortavelmente assumidas, pois agora todos trabalham, não estimula as práticas de leitura, interação, participação. A Escola era uma referência, o farol. que iluminava as trevas do caminho, e a família fazia a sua parte. Passamos de ações extremamente firmes e às vezes radicais, para quase totalmente liberais e sem rumo. Não aprendemos a usar, de forma crescente e positiva, nossa maravilhosa Liberdade. E o Mundo foi evoluindo, algumas mudanças para frente, outras nem tanto. Mas, como em tantas outras mudanças mundiais, as Tecnologias da informação, nos arrastaram, se pensarmos bem, foi isso mesmo. Não aprendemos a usar, como uma grande e incrível Ferramenta, mais uma forma de interação e trabalho. Todo o mundo usa, como quase a única forma, assim seguimos o fluxo e, como gado conduzido, vamos “transformando” a era da comunicação e conhecimento em era do isolamento.

Mas então temos que voltar ao passado? Pois antes, “ no meu tempo”, muitos dizem, era melhor…. Não nos enganemos, não era. O mundo era outro. Precisamos aprender, fazer de novo, fazer diferente. Conforme o prof. Cortella, “…pensando no passado temos âncoras, e essas nos travam e nos transformam em saudosistas apenas, precisamos de raízes, pois elas nos fortalecem e nos ajudam a crescer, jamais estagnar.”

A Escola, a formação é fundamental, é o iluminar do caminho. Para milhares, é o único. Para milhares, estudar nunca foi o mais fácil. O mais fácil pode ser um caminho sem volta, de ilusões e desesperança. Os estudantes, os mesmos milhares, ainda não entenderam bem o que aconteceu, o que está mudando e ainda vai mudar.

Agora, vamos descobrindo, alguns ao menos, que não deveríamos seguir uma única “onda” geral. Que sim, as práticas podem ser diferentes, que não temos que procurar desculpas, mas com dedicação, aprendendo a ver o todo, buscar caminhos, para usarmos melhor nosso tempo. Esse que agora sobra, e a maioria está “apavorada” pois não sabe como usar. Diversos grupos de whats, que nem eram verificados, estavam permanentemente no silencioso, podem trazer um alento, pois é uma das “vias” de ligação com nossos “irmãos”. Ler o que desconhecidos postam, publicam em vídeos tem algum sentido, se não usarmos filtros? A Escola também é um grande “desenvolvedor de filtros”. E os que não tem acesso a internet, ao computador ou celular?

A Escola, a formação é fundamental, é o iluminar do caminho

E os pais, será que conseguem observar as dúvidas e angústias de seus filhos? Será que podem ser pais de verdade, vão deixar de ser omissos ou só permissivos? Estão preparados para essa função, ou são crianças perdidas, dentro de corpos adultos? Estamos aprendendo com o que está acontecendo, ou só vamos achar, submissamente, mais uma desculpa para nos queixar da Vida?

As escolhas estão ao nosso alcance, sempre estiveram. O conversar, a nossa comunicação, reinventada, exercitada, não seria a melhor forma, de todos podermos ajudar? a nossa atitude “humana” pode.

Que possamos decidir com Sabedoria, já que nossa razão essencial de estarmos, aqui e agora, nesse momento é aprender e crescer.