Prefeitura de Gravataí é precursora na implantação do Núcleo de Regulação Médica

Serviço já estava sendo planejado, mas foi adiantado para auxiliar no combate ao Coronavírus

Coordenador Médico de Família e Comunidade, Gustavo Carvalho — Foto: Gustavo Bica/PMG

Iniciado há pouco mais de um mês, o Núcleo de Regulação Médica (NRM) é uma ação que tem como objetivo criar uma ponte entre os médicos das Unidades de Atenção Básicas de Saúde (UBS/USF) e os profissionais atuantes no Hospital de Campanha (HC) e no Pronto Atendimento 24h (PAM). A Secretaria da Saúde, que já vinha estudando colocar em prática esse grupo, entendeu a necessidade do NRM para o combate ao Coronavírus. A implantação desse setor, à nível municipal e para auxílio na regulação dos pacientes que estão em atendimento na atenção primária em saúde, é nova no Brasil e Gravataí é um dos municípios precursores.

Segundo o secretário da Saúde, Jean Torman, a equipe do Núcleo é uma segurança a mais para os médicos da rede. “Eles são um apoio para o diagnóstico e tratamento adequado. Esses profissionais também estão sempre observando o mapa de leitos da cidade e vendo qual leito se encaixa na situação de cada paciente”. É por meio do NRM que são realizadas as  transferências de pacientes para o Hospital de Campanha. Ao todo, são quatro profissionais que atuam no Núcleo, o coordenador Médico de Família e Comunidade, Gustavo Carvalho, o Clínico Geral Otávio Haguiuda, a Pediatra Lisandra Pedroso e a Clínica Geral Juliane Paloschi.

De acordo com Gustavo Carvalho, esse tipo de serviço ocorre para melhorar o atendimento ao paciente. Pois é feita uma triagem do paciente, já por meio da consulta com um médico. Dessa forma, o profissional das Unidades de Saúde irá entrar em contato com o NRM para confirmar qual procedimento deve ser adotado.

“Toda vez que o médico da Unidade identifica um caso suspeito ou confirmado de Coronavírus, que pode necessitar de exames que o resultado deve sair no mesmo dia, ou pacientes com algum sinal de gravidade, que precisa ser encaminhado para um local de maior complexidade, como o HC, por exemplo, ele liga para o NRM”.

Gustavo explica a importância do Núcleo. “Existe uma linha tênue entre o paciente com crise moderada precisar de um local de maior complexidade ou poder ser atendido na UBS. Normalmente, quem possui sintomas respiratórios acabam indo para o PAM 24h ou HC. Hoje, quem faz o teste no primeiro ou segundo dia de sintomas, vai aparecer negativado. Naquele momento ele será classificado como suspeito. E terá que frequentar locais que aumentam a sua chance de contaminação. Por isso, as Unidades de Atenção Básicas de Saúde são espaços mais seguros, que oferecem uma sala isolada para o atendimento de quem apresenta sintomas leves”.

Ele ainda explica que o horário no qual o paciente procura a UBS também influencia no atendimento. “Quando o paciente chega com falta de ar, tosse e saturação de oxigênio baixa, (que são alguns sintomas da Covid-19) em situações bem específicas conseguimos resolver em aproximadamente 4 horas com recursos que temos na UBS. Se a pessoa tiver uma crise de asma, bronquite aguda ou doença pulmonar obstrutiva crônica, nós precisamos de mais tempo para conseguir tratar. Por isso, é importante a ida na Unidade pela manhã, para não precisar ser feito o encaminhamento para os locais que estão tratando o Coronavírus e expor a pessoa, que já está com a saúde fragilizada”.