Prefeito Zaffalon alerta a Corsan sobre risco de desabastecimento para mais de 150 mil pessoas em Gravataí

Nível do Rio de Gravataí é de 0,30cm no ponto de captação; o que é considerado crítico para o fornecimento de água à população; “A situação é desesperadora!"

Preocupado com o risco iminente de desabastecimento de água em Gravataí — que afetaria, inicialmente, 40 mil economias, ou seja, em torno de 150 mil pessoas —, o prefeito Luiz Zaffalon comunicou na manhã desta quinta-feira, 5, o diretor de operações e a superintendente de relações institucionais da Corsan, Milton Cordeiro e Samanta Takimi, respectivamente, para a necessidade de ações urgentes. Segundo monitoramento junto à Estação de Tratamento de Água (ETA), o nível do Rio Gravataí é de 0,30 centímetros. Segundo Boletim de Estiagem da Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí, informado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema/RS), com o nível abaixo de 0,50 centímetros, a condição é “crítica”.

A foto do gerente da Corsan em Gravataí, Ramos Volnei Modinger, com água pela cintura, próximo da Rua Porto Alegre, no Bairro Mato Alto, mostra a gravidade do quadro. “Se persistir a seca, teremos de utilizar alternativas de compra de água como plano de contingência, que é a aquisição de água de alguns açudes particulares, que não devem se manter por muito tempo”, reforça Ramos. “Diariamente, estamos monitorando a situação do rio, e agora chegamos a esse nível de 0,30 centímetros; não podemos esperar o caos para que as providências sejam tomadas, queremos uma ação imediata e concreta por parte da Corsan”, reitera o prefeito Zaffalon. Em 15 de dezembro passado, o prefeito recebeu o superintendente e o gerente local da companhia, mas as medidas ainda não foram encaminhadas.

Segundo o prefeito, existem alternativas a serem providenciadas imediatamente, como a abertura da barragem do Incra, do lado de Viamão. “Obra que levaria uns cinco dias para execução de vazão controlada”, conforme o prefeito. Outra saída seria a compra de água de um açude no bairro Cavalhada (com a concordância já dada pelo proprietário) e adução até a captação na ETA de Gravataí. “Esta água nos atenderia por um período de 15 dias, conforme avaliação feita no manancial, e a obra da adutora leva dez dias.”

As sugestões feitas pelo prefeito contemplam ainda mais duas ações, mas com a necessidade de elaboração de projeto e licenciamento: construção das 12 microbarragens ao longo do rio, para perenizar os banhados e lagoas — segundo a Corsan, estão sendo encaminhados o EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental) e licenciamento da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), de responsabilidade do governo do Estado; construção de adutora de água bruta, estendendo a que já chega à adução de Alvorada e Viamão (na altura do antigo pedágio da Freeway), que traz água bruta do Arroio das Garças, em Canoas.

Na manhã desta sexta-feira, 6, mais uma vez, o prefeito estará reunido com a direção da Corsan, em seu gabinete, para ouvir quais são as ações que estão sendo encaminhadas para evitar o pior, que é o desabastecimento. “Enquanto isso, pedimos à população que tenha consciência e utilize a água de forma racional, pensando no todo, naquelas que logo ali estarão sem fornecimento; enquanto isso, determinei que a Guarda Municipal, por meio do Grupamento Ambiental, intensifique as ações de fiscalização e orientação dos moradores”, alertou Zaffalon. “A situação é desesperadora!”