Frank, o fusquinha apaixonado

Moradora de Gravataí, Renata dos Santos personalizou seu Fusca 74 em um modelo único, com direito até a surdinas em formato de coraçõezinhos

Emblema da VW em formato de coração foi pensado por Renata, que mandou fazer a peça e pagou pela exclusividade — Foto: Rafael Trajano

Quem vê o Fusca 74 amarelinho da professora Renata dos Santos Pinto, de 31 anos, circulando pelas ruas de Gravataí se apaixona à primeira vista. E o amor é recíproco, afinal Frank é o ‘fusquinha apaixonado’. Do embleminha no capô às surdinas, coraçõezinhos revelam que aquele é um modelo único, a verdadeira paixão da Renata.

Surdinas também têm formato de coração — Foto: Rafael Trajano

Cada detalhe foi pensado por Renata. E muitos deles executados por ela mesmo, que bota a mão na massa — ou melhor, bota a mão na lata. “Cuidei de cada detalhe da transformação do Frank. Todas as peças foi eu que comprei, sei cada parafuso que tem em meu carro”, garante. E a mudança foi grande. Ela comprou o carro em 2015 e mal chegou a andar, levou direto para uma oficina pertinho de sua casa e lá ele ficou por 1 ano. Todos os dias, Renata visitava e acompanhava a transformação do seu xodó, que levou o apelido de Frank por conta de tantas transformações, que lhe renderam o nome de Frankenstein.

Mas de monstro, o VW de Renata não tem nada. É lindo em cada detalhe, cuidado com um carinho enorme por sua dona. E essa paixão da professora por carros antigos é herança de família. “Meu pai teve muitos carros, trocava todo ano. Sempre antigos, nunca carro do ano. Teve de tudo: Monza, Kadet, Santana…”

Renata e Frank, o fusquinha apaixonado — Foto: Rafael Trajano

Quando fez 18 anos, Renata ganhou de presente um Palio. Mas não demorou muito para que ela trocasse o carro novo por um fusquinha — mas ainda não era o Frank. “Era um Fusca 83, bege. Fiquei com ele 2 anos, mas foi roubado”, recorda. Isso foi em 2013, e ela levou dois anos até encontrar o Frank. “Achei ele aqui em Gravataí mesmo. Estava estacionado, com uma plaquinha de vende-se”, conta. E foi amor à primeira vista.

Família aumentou

Renata, Alex e a Paçoca — Foto: Rafael Trajano

Por uma dessas ironias do destino, a fusqueira se casou com um mecânico, o Alexsandro Pinto, 41. Ele, também dono de Fusca, ano 79, batizado de Ganso Véio. E no relacionamento funciona assim, como explica o Alex: “A Renata decide tudo o que é feito no Frank, eu apoio e ajudo a executar o projeto, mas quem decide tudo é ela. No meu Fusca, é o contrário. Eu decido, ela apoia”. Mas os dois também podem discutir e tomar decisões juntos, mas é com a Paçoca, a Brasília 74 do casal. “É o nosso carro do dia a dia. Muitos dos fusqueiros tem o carro antigo e um novo para o uso diário. Nós, não. Temos só nossas três relíquias”.