Combate à Violência Doméstica é foco de discussão no Sindilojas Gravataí

Crédito: Viviane Mariot

Com objetivo de alertar e promover conhecimento sobre medidas ao enfrentamento a violência contra a mulher, o Sindilojas Gravataí, com a parceria do Movimento Gravataí, Projeto Ester – Somos Todas Irmãs e MultBiz realizou o Impacto Lilás, na noite desta quarta-feira (24), na sede da entidade.

A Cor lilás tomou conta de uma das salas do terceiro andar do Sindilojas, alusivo ao Agosto Lilás, mês em que várias ações, em todo o país, têm como objetivo abordar o tema da violência doméstica. Integrantes do movimento e envolvidos na causa, estavam vestidos com camisetas da cor lilás, com o intuito de despertar a conscientização, a prevenção e o combate a violência contra a mulher.

A programação contou com três painéis, sendo o primeiro sobre Políticas Públicas, mediado pela advogada, Emilyn Figueiredo, com a participação da Juíza da 1ª Vara Criminal, Dra. Valéria Wilhelm, a psicóloga e coordenadora da Casa Lilás, Analu Sônego. O segundo painel contou com a apresentação da coordenadora do Projeto Ester, Mara Pacheco, que falou sobre a pobreza menstrual com referências a abusos nos relacionamentos. O painel sobre os tipos de violência doméstica familiar contra a mulher – Lei Maria da Penha foi mediado pela psicóloga Nicole de Oliveira e teve como convidadas a psicóloga clínica, graduanda em Terapia Cognitivo Comportamental, Nathalia Rocha e a especialista em Desenvolvimento Humano, Stela Maris. Os painéis foram mediados por integrantes do Movimento Gravataí Lilás.

A sócia da MultBiz, Jéssica Vargas, dirigiu o evento e enfatizou da importância do tema para a sociedade. “Esta é uma causa fundamental para unirmos forças e estamos engajados nesta ação”. O presidente do Sindilojas Gravataí, José Rosa, falou que o autoconhecimento está entre os principais caminhos para identificar comportamentos na busca do bem-estar comum. “Apoiamos esta iniciativa em prol de uma sociedade mais justa e igualitária”, ressaltou. O advogado e membro da coordenação do Movimento Gravataí Lilás, Jason Furquim, destacou o seu envolvimento com a causa social e como foi o despertar na atuação em defesa de mulheres em atuar nestpelo apoio e interesse no combate à violência doméstica contra a mulher.

Conforme a Juíza Dra. Valéria, um terço das mulheres do mundo sofrem algum tipo de violência doméstica. “69% das mulheres gaúchas não denunciam e 35% disseram que têm medo de morrer”, ressaltou.  Para a magistrada, que também é integrante da Comissão de Violência doméstica do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), a criança que percebe a mãe sofrendo violência não só física, mas psicológica, irá repetir na fase adulta aquele mesmo tipo de violência, acreditando que aquela é a forma correta de agir.  A Juíza destaca, ainda, que os municípios de Gravataí e Glorinha contam com oito mil processos de medidas protetivas. “Esse dado é assustador. Todos nós temos o dever de denunciar”, analisou.

Entre os principais caminhos da prevenção à violência doméstica contra a mulher, está a educação, a informação e a oportunidade de emprego. Segundo a coordenadora do Projeto Ester, Mara Pacheco, a violência nunca começa com um tapa, mas muito antes e de forma discreta.

Na opinião da especialista em Desenvolvimento Humano, StelaMaris, combater a violência doméstica contra a mulher exige educação e aprendizado, pois a agressão acontece por imitação, repetição ou escolha. “Trata-se de uma questão cultural, estrutural. E não é sobre proteger e cuidar de uma mulher, mas de uma família. Os casos de feminicídios estampam notícias a todo momento”, enfatizou.

A psicóloga Nathália Rocha apontou os cinco tipos de violência doméstica contra a mulher, sendo a física, psicológica, patrimonial, moral e sexual. “Este é um ciclo de violência que se repete na sociedade e que se identifica em pacientes que relatam situações de violência doméstica, quando a mesma já acontece e de forma muito sutil”, revelou.

O painel Empreendedorismo Feminino como Libertação foi mediado pela sócia da MultBiz, Jéssica Vargas, que fez referências aos relatos e experiências de vida da Guarda Municipal, Bacharel em Direito, Cibele Bitelo e da presidente do Rotary Gravataí, Elisete Blehm.

Ao final, a sexóloga e escritora, Raquel Sutel, também engajada no movimento Gravataí Lilás, falou do seu livro “Seja Uma Mulher de Impacto”.

Para denunciar qualquer tipo de violência, ligue 180 ou procure orientações na Casa Lilás, na Rua Ernesto Fonseca, 122, no Centro de Referência da Mulher Casa Lilás, em Gravataí, de segunda à sexta-feira, das 08h às 17h30, ou com os membros da coordenação do Movimento Gravataí Lilás.