Hospital Universitário organiza unidade de cuidados paliativos

Projeto quer garantir mais qualidade assistencial com equipe multidisciplinar

Foto: Arthur Ghilardi/HU

Um espaço especial foi organizado no corredor do posto de atendimento B do oitavo andar do Hospital Universitário de Canoas (HU). Desde o início deste mês de setembro, começou a ser criada uma unidade para o projeto Toque + Paliativos/Terminalidade. Desenvolvido pela coordenação de enfermagem do complexo de saúde, a iniciativa busca garantir mais qualidade assistencial com equipe multidisciplinar para aqueles pacientes que precisam de cuidados diferenciados.

O projeto pensa no atendimento mais humanizado para os pacientes que precisam de cuidados paliativos diante de uma doença que ameace a vida ou que estejam vivendo o período chamado de terminalidade. “Neste segundo caso, é quando não existe mais cura para a doença e o paciente necessita uma atenção diferenciada com mais dignidade”, explica a enfermeira coordenadora da Unidade de Internação do HU, Silvana Rolim.

Inicialmente foram designados 10 leitos, divididos em cinco quartos, para pacientes em cuidados paliativos. Além disso, um espaço mais lúdico foi criado perto de uma janela para que os pacientes possam sair dos quartos e desfrutarem de uma vista diferenciada ao lado dos familiares.

Internada desde o dia 2 de setembro no HU, Irene Maria Machado da Silva, 74 anos, é uma das pacientes que foi transferida com a autorização dos familiares para a Unidade de Cuidados Paliativos. “Gostei da iniciativa, é bom ela poder sair do quarto e ter um espaço perto da janela para pegar um solzinho. Também acho fundamental ter orientação psicológica para os familiares”, explica Omar Machado da Silva, 49 anos, um dos filhos de dona Irene.

Direção acompanha implementação da iniciativa

Nesta unidade, além de oferecer cuidado multiprofissional com uma comunicação sensível e empática, será implementado um sistema de apoio para auxiliar a família a lidar com a doença do paciente e o luto.

“Envolver os familiares no cuidado, diminuir o tempo de internação, evitar exames desnecessários, melhorar o atendimento aos pacientes, proporcionar momentos especiais; orientar quanto ao cuidado em casa, entre outras questões ganham atenção nesta Unidade”, observa a diretora assistencial, Luciana Feldens.

Com o acompanhamento da direção do HU e do médico nefrologista e coordenador do Serviço de Clínica Médica do hospital, Jayme Burmeister, o projeto Toque + Paliativos/Terminalidade conta com o empenho das enfermeiras Silvana Rolim e Eliane Cunha. Além disso, participam profissionais da fisioterapia, nutrição, serviço social e psicologia.

Para o doutor Jayme, cuidados paliativos são muito mais do que usar medicamentos para dor. “Envolvem um acolhimento carinhoso, empático e muito humanitário, para pacientes e familiares, valores que não podemos perder nestes tempos tão tecnológicos”, pontua. Ele ainda acrescenta: “como já disse a médica brasileira Ana Claudia Arantes no título de seu livro sobre este tema: a morte é um dia que vale a pena viver”.