A ressocialização na Penitenciária de Canoas (Pecan) é referência para outros presídios: 83% dos que cumprem sua pena lá, não voltam mais ao mundo do crime. E mais do que uma segunda chance para eles mesmos, agora os detentos podem dar uma nova oportunidade de vida para quem, do lado de fora das grades, também precisa. Quilombolas e migrantes venezuelanos estão participando de um curso de panificação e confeitaria ministrado por presos que aprenderam o ofício lá mesmo dentro da Pecan.
Conforme explica o secretário de Governança de Canoas, Paulo Bogado, o Quilombo Chácara das Rosas ganhou equipamentos de panificação, mas faltava a formação aos quilombolas para utilizá-los e garantir a renda para as cerca de 20 famílias. Somaram-se à eles, migrantes venezuelanos que buscam aqui uma nova vida. “Com parceria com a Pecan e o Banco de Alimentos, surgiu essa iniciativa inédita para que os detentos ministrassem o curso aqui mesmo dentro do presídio”. A secretária adjunta de Igualdade Racial e Imigrantes, Ednea Paim, destaca que a iniciativa proporcionará a inserção dessas famílias em situação de vulnerabilidade no mercado do trabalho, por meio dessa nova oportunidade de renda. (continua abaixo)
Referência na ressocialização de presos, a Pecan conta com 1.200 detentos que têm trabalho remunerado dentro do presídio. Muitos trabalham para empresas privadas que contratam a mão de obra lá de dentro da Pecan, seja na confecção de uniformes, construção de móveis, marcenaria, entre outros.