APAV põe vôlei gaúcho sob holofotes com documentário

Foto: Diego Figueira/Divulgação

Atenção para o saque: a viagem proposta pelo documentário APAV – Vôlei Grande do Sul será lançada nesta segunda-feira, às 19h30, no Teatro do Sesc (Avenida Guilherme Schell, 5340, Centro), em Canoas.

O média-metragem, com duração de 55 minutos – tanto quanto um jogo que se define rapidamente em três sets – foi gravado durante os meses de setembro de 2021 e janeiro de 2022, acompanhando toda a temporada da equipe profissional da Associação de Pais e Amigos do Vôlei (APAV) durante o ano passado.

A produção tem direção e roteiro do jornalista Andrei Fialho, que acompanhou todas as etapas da temporada, culminando na disputa da Superliga C, em novembro, na cidade de Timbó (SC).

Andrei recorda que foi procurado pelos diretores da APAV, Almir Beltrame e o multicampeão Gustavo Endres, no início de 2021 com o propósito de produzir o filme com os bastidores da equipe de vôlei de alto rendimento.

“Foi um trabalho desafiador, pois eu não tinha, até o início da temporada, a definição dos personagens e de suas devidas histórias. As narrativas foram surgindo conforme os fatos iam se desenrolando. Além disso, eu achava que sabia de vôlei, até passar a conviver com os profissionais. Me senti um analfabeto no esporte. Tive que estudar e pesquisar sobre o posicionamento deles em quadra, as estratégias de jogo e, claro, assistir a muitas partidas, não apenas as da APAV”.

O diretor tem bem clara a resposta da pergunta “o que foi mais marcante nesse período em que acompanhaste a equipe?”.

“Creio que a experiência mais importante, e também a que mais me surpreendeu foi a convivência com uma equipe profissional, de alto rendimento. Tive a oportunidade de poder conhecer os bastidores das relações entre atletas e entre eles e a comissão técnica, por exemplo. A disciplina em quadra foi outro fator que me chamou atenção. Todos ali eram muito comprometidos e dedicados, cada treino era como uma partida de campeonato, não tinha moleza. Aí pude compreender que os treinos são o ensaio de tudo que pode ocorrer em quadra”.

Qualquer pessoa que tem seu cotidiano escrutinado por câmera e luzes estranha a experiência. Em um grupo de pessoas, isso é ainda mais evidente. Para o jornalista, contudo, entre os atletas a aceitação foi positiva. Como ele explica, embora não tivessem total clareza sobre que resultado teria aquela movimentação toda, sabiam que passariam muito tempo na frente das lentes – fosse das câmeras fotográficas da assessoria de Comunicação ou das suas câmeras de vídeo, captando inclusive as conversas.

“O grupo me aceitou bem. Fui acolhido por todos, mas poucos sabiam exatamente o que eu realmente estava fazendo ou que registros estava gravando. Creio que a maioria não tinha ideia de que essa temporada fosse virar filme, e isso facilitou para que pudesse trabalhar de forma mais tranquila e natural. Imagino que na próxima temporada, o pessoal dê mais atenção para as câmeras em quadra”, diz o profissional revelando que outro filme possa já estar nos planos.

Por fim, Andrei revela que, mesmo já tendo experiência em documentar histórias, o resultado mexeu com os sentimentos:

“Já esperava me envolver emocionalmente com a equipe. Sabia que, na hora em que o jogo começasse, eu ficaria nervoso. Porém, eu tinha que gravar tudo, e tratei de ficar concentrado naquilo. Creio que esse foi o maior desafio: registrar as partidas, pois cada resultado condicionava um rumo para a história, assim como os lances: bonitos ou feios, de alguma forma, iriam para o filme. Há trechos de lances em que entra meu áudio reagindo aos pontos”, diverte-se.

Sobre o documentário:

O filme começa recuperando o histórico do esporte e destacando equipes e atletas gaúchos. Das conquistas da Ulbra na Superliga ao surgimento da APAV, tudo é contextualizado pelo campeão mundial e olímpico Gustavo Endres.

A segunda parte traz a história da APAV, com a conquista da Superliga B e sua trajetória na elite do vôlei nacional até a nova adequação da equipe e o regresso à Série C.

A terceira parte acompanha detalhes da temporada 2021, como peneira de escolha de atletas, preparação física e treinos táticos. Merecem destaque o esforço e o sacrifício dos jogadores, muitos deles estreantes em competições, em se tornarem profissionais. Entre derrotas e títulos, o documentário mostra o quanto o vôlei é envolvente e motivante, sendo o segundo esporte mais praticado no Brasil.

Sobre o diretor:

Andrei Fialho é jornalista e produtor audiovisual. Entre seus trabalhos estão o curta Cerâmica e o Jogo da Vida – produzido pela TV Unisinos – e, de forma independente, os documentários Gravataí, um Rio em Minha Vida e Estação Canoas – Nos Trilhos da História, realizado pelo Diário de Canoas, alusivos aos 80 anos de emancipação de Canoas.

Lançamento:

O filme terá sua primeira exibição no dia 11 de abril, às 19h30 no Sesc Canoas. O evento terá entrada franca e os ingressos serão disponibilizados nas redes sociais da APAV.