Rede de apoio às mulheres em Cachoeirinha recebe homenagem

Foto: Fernando Planella/PMC

O Agosto Lilás é o mês voltado para a luta pelo enfrentamento à violência contra a mulher. Completando dois anos, o Centro Regional de Abrigamento para Mulheres em situação de risco e violência (CRAM) prestou uma homenagem à Prefeitura de Cachoeirinha nesta sexta-feira, 27, pela parceria de trabalho realizado pelas mulheres do município. “O município foi um dos primeiros a abraçar o projeto. A ideia da Casa surgiu após tratativas com a Secretaria de Assistência Social da cidade”, relembra o coordenador de Projetos da Fundação La Salle, Edimilson Tresoldi.

Atualmente, a iniciativa da Fundação La Salle acontece em conjunto com diversas prefeituras do Rio Grande do Sul. O acompanhamento é realizado por uma equipe psicossocial que, além de encaminhamentos de saúde, direito e educação, promove oficinas que fomentam o empoderamento feminino. “Estamos vivendo o Agosto Lilás e é importante lembrar que este trabalho é árduo, mas é gratificante poder acolher essas pessoas. Este é o objetivo da assistência social: criar uma rede de apoio”, ressaltou a coordenadora do CRAM, Cristina Donay.

Segundo a secretária de Assistência Social, Cidadania e Habitação, Cristiana Mesquita, o trabalho realizado é fruto de um conjunto de fatores que tem como principal fortalecedor a gestão municipal. “Agradeço ao olhar atento dos gestores de Cachoeirinha pelo esforço para cuidar destas mulheres, mostrando que elas não estão sozinhas e, com apoio, podem recriar suas histórias.”

ESTRUTURA — Ao todo, são 11 municípios associados. A Casa Abrigo tem capacidade para 24 mulheres e seus filhos. As acomodações são individuais para as famílias. Nos últimos dois anos, 5 mulheres e 10 crianças da cidade foram atendidas. Em números gerais, foram 57 mulheres e 90 crianças recebidas, totalizando 147 atendimentos.

Também participaram da homenagem o coordenador geral da Fundação La Salle, Lucinei Hanauer, as servidoras municipais, Simone Moraes (assistente social) e Luciane Carraro (psicóloga), a primeira-dama, Vanessa Morais, e o prefeito Miki Breier, que finalizou o encontro falando sobre a importância do acolhimento. “Muitas pessoas são rápidas em julgar as mulheres vítimas de violência doméstica, quando, na verdade, deveriam oferecer ajuda, abrir os braços para acolher. Quando a política percebe que é necessário uma alternativa de socorro e se cria essa alternativa, vemos que estamos no caminho correto.”

Rede de Proteção Municipal

No Rio Grande do Sul, o número de feminicídios aumentou mais de quatro vezes. Em julho foram registrados nove casos frente a dois em igual período do ano anterior, representando um crescimento de 350%.

Em Cachoeirinha, mulheres vítimas de violência contam com rede de proteção municipal. O CREAS Rodrigo Marcelino, através do serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI), presta atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica. O atendimento é pautado no apoio, orientação e acompanhamento, respeitando a heterogeneidade, potencialidades e valores destas mulheres, com o objetivo de romper com a situação de violência. A mulher pode buscar o serviço de forma espontânea e seu horário de funcionamento é das 8h às 12h e das 13h às 17h, na Av. Guainás, 670, Bairro Jardim Colinas, telefone 3438-4930.