Comitê de Prevenção à Mortalidade Materna, Infantil e Fetal reúne Governo e sociedade para zerar mortes evitáveis em Cachoeirinha

De janeiro de 2017 a agosto de 2021, foram constatados 39 óbitos por causas evitáveis. A reunião focou no debate sobre as vulnerabilidades e formas para diminuir os índices

Foto: Larissa Ribeiro/PMC

Na manhã desta terça-feira (14), a Secretaria Municipal de Saúde propôs a reativação do Comitê de Prevenção à Mortalidade Materna, Infantil e Fetal. Reuniram-se servidores de diversas Secretarias e representantes de entidades debater as vulnerabilidades e reestabelecer o grupo de trabalho, articulando pessoas que se comprometam com a causa.

No evento, que aconteceu no auditório da Secretaria Municipal de Educação, às 10h, foram discutidas formas de zerar a mortalidade fetal e infantil por causas evitáveis, tornando isto uma marca da cidade.

“O direito da criança e do adolescente deve prioridade absoluta e essa reunião nasce deste olhar para unirmos, como manda a Constituição Federal, o poder público, a família e a sociedade como um todo em luta contra os índices de mortalidade. Nós não podemos nos acomodar por conta dos índices baixos. Precisamos perseguir o ideal de zerar a mortes evitáveis de crianças”, destacou o responsável pela pasta, Juliano Paz.

O óbito fetal é toda morte que ocorre antes do parto, enquanto o óbito infantil abrange as mortes de crianças menores de um ano. A redução da mortalidade infantil está incluída nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Apresentação de dados municipais

Segundo a Vigilância Epidemiológica, que apresentou dados de Cachoeirinha, a taxa de mortalidade do município em 2020 foi de 6,2%, sendo que o Estado atingiu a média de 8,6 e o Brasil, 11,5%.

De acordo com índices apresentados, no período de janeiro de 2017 a agosto de 2021, foram constatados 39 óbitos fetais ou infantis por causas evitáveis, ou seja, por doenças como hipertensão, diabete, sífilis e hepatite, que acometeram a mãe. Outro motivo foi a desnutrição e um caso de óbito fetal foi por Coronavírus.

Trabalho feito pelas Secretarias

Após a constatação de cada morte, é realizada a Investigação de Óbito, atividade que visa compreender as causas da morte, entrando em contato com a família por meio de visitas domiciliares e analisando o prontuário hospitalar. Com a reorganização do comitê, será possível ampliar as ações para prevenir novos casos e diminuir os índices.

Outro trabalho destacado é o desenvolvido pela SMED, a Busca Ativa, que visa encontrar alunos que deixaram a escola, considerada uma das ferramentas responsáveis de conscientizar os jovens. Na última estimativa, 3.841 adolescentes haviam abandonado as aulas e, após o serviço de busca, 3.467 retornaram.

Troca de experiências

Também foi apresentado um Estudo de Caso para analisar e compreender os motivos que levaram ao óbito, levantando o seguinte questionamento: de que forma cada um pode contribuir na redução da mortalidade infantil por causas evitáveis?

Após, o secretário Juliano Paz abriu um espaço de fala para troca de sugestões e experiências.
Outra medida para redução dos índices, será a organização de reuniões periódicas para dar continuidade às discussões e avaliar a evolução do trabalho.

Participaram o secretário de Governança e Gestão, João Tardeti, representando o prefeito em exercício, Maurício Medeiros, a secretária de Assistência Social, Cidadania e Habitação, Cristina Mesquita, o secretário de Educação, Cláudio Pinheiro, representantes de todas as secretarias, do COMDICA, da Pastoral da Criança, do Hospital Padre Jeremias, do CESUCA e da APAE.