Cachoeirinha tem ciclista, sim! Veja por que a ciclovia é bom para todos, até para quem não pedala

Entenda por que a construção de uma ciclovia em sua principal avenida é tão importante para Cachoeirinha

Rosi Pereira, com seu sócio Felipe Ayres, da Cia do Ciclista — Foto: Rafael Trajano

O uso de ciclovias tem se tornado uma alternativa cada vez mais útil à mobilidade urbana, ao bolso, ao tempo, à saúde e ao meio ambiente. Em meio à pandemia, onde a necessidade do distanciamento social e a aversão aos transportes públicos fizeram crescer o número de adeptos das bicicletas, mais do que nunca investir em ciclovias é investir em saúde. Vamos ao exemplo lá da Europa: desde o início da pandemia, foram construídos mais de 3,3 mil quilômetros de ciclovias. Agora, voltamos para cá: Cachoeirinha é proeminente no assunto com a construção — já em andamento — de uma ciclovia ao longo de toda a sua principal avenida, a Flores da Cunha. Um projeto de vanguarda executado com coragem pelo prefeito Miki Breier.

— Um dos grandes objetivos é que a cidade possa ser acessada integralmente de bicicleta — detalha o prefeito.

De acordo com a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas, a venda de bikes teve um aumento de 50% no primeiro ano de pandemia, na comparação com o ano anterior. Os números também foram sentidos por aqui, de acordo com a empresária Rosi Pereira, da Cia da Ciclista — que fica ali na Rua Rio Branco, 139. Para além do aumento de vendas, Rosi — que antes de tudo é uma esportista e incentivadora do ciclismo — viu o número de adeptos ao pedal aumentar nos encontros realizados em Cachoeirinha. Em um deles, recentemente, um vídeo foi divulgado nas redes sociais mostrando o desabafo de Rosi, em meio aos seus colegas de pedaladas: ‘Olhem aqui, quem diz que Cachoeirinha não tem ciclista. Cachoeirinha tem ciclista, sim!”.

— Queremos ser vistos. E, sim, queremos a ciclovia — diz Rosi ao Vale Notícia.

— É a melhor opção para mobilidade, segurança e para a saúde de quem pedala — garante ela, que pedalando diariamente os 10 quilômetros entre sua casa e a empresa, diz já ter deixado para trás a asma.

Os benefícios são muitos. Um estudo realizado na Nova Zelândia, publicado na revista científica norte-americana Environmental Health Perspectives, comprova que para cada dólar gasto com a construção de ciclovias as cidades podem economizar até US$ 24, graças à redução de custos com saúde, poluição e tráfego. Em resumo, o ciclista se exercita, não produz poluição nenhuma e não põe nenhuma vida em perigo.

— E investindo em ciclovias, com certeza o número de quem utiliza a bicicleta como meio de transporte aumentará cada vez mais. Hoje tem muita gente que ainda não pedala por falta de segurança — cita a ciclista.

Investimento em Cachoeirinha é realizado com recurso de multas de trânsito

Plantio de árvores na Flores da Cunha — Divulgação/PMC

A obra da ciclovia da Avenida Flores da Cunha, em Cachoeirinha, prevê 4,5 quilômetros de traçado, iniciando na esquina da Rua Anita Garibaldi até a esquina da Marechal Rondon. Iniciada em janeiro deste ano, a conclusão está prevista para o final de 2021.

A obra custará pouco mais de R$ 1 milhão, pagos com recursos da Secretaria de Segurança e Mobilidade, oriundos de multas.

Meio Ambiente ganha duas vezes

É sabido que os carros são um dos principais vilões na poluição. Incentivar o uso de transporte não motorizado está entre as principais soluções sustentáveis para desafogar o trânsito e reduzir o impacto ambiental. Grandes metrópoles que adotaram o uso das bikes como meio transporte têm colhido excelentes resultados e ganhado grande número de adeptos.

Em Cachoeirinha, além de tudo isso, o meio ambiente tem ainda outro motivo para respirar aliviado. Para a aprovação da obra foi emitida autorização ambiental que apontou a necessidade de plantio de 135 novas mudas florestais nativas, em locais adequados, para compensar o manejo de 28 árvores necessários para a execução da obra — sendo 19 exóticas; e 9 que precisam ter o plantio compensatório equivalente a outras 15 novas plantas para cada uma suprimida.

Ou seja, no lugar de 28 árvores a Flores da Cunha ganhará outras 135.

Como garante o prefeito Miki Breier, a obra viabiliza melhorias de mobilidade urbana necessárias em Cachoeirinha sem descuidar do meio ambiente.

— Estamos dando toda atenção necessária para o cumprimento das exigências do Laudo de Cobertura Vegetal, pois entendemos a importância da preservação de árvores na cidade.

As muitas vantagens de uma ciclovia, de acordo com especialitas